quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Cientistas dão passo significativo no tratamento da infertilidade masculina


Que alegria fazer o primeiro post de 2012! Que este seja um ano bem especial para todos nós!

Recentemente, o portal G1 anunciou que cientistas na Alemanha e em Israel conseguiram produzir esperma em laboratório (leia a matéria aqui). Lembrei-me do nosso post de 1º de setembro de 2011 (http://tinyurl.com/6sl8ob2), em que fiz um pequeno texto comentando a matéria que divulgava a descoberta de um grupo de pesquisadores da Universidade de Kyoto: “Produção de espermatozóides a partir de células tronco de camundongos”. Que bom que existem muitos grupos de cientistas ao redor do mundo contribuindo para novos avanços na área da Reprodução Assistida! Os estudos ainda estão sendo realizados com modelos animais, mas acredito ser o início da realização do sonho de pai biológico, que hoje parece impossível ao homem que não produz espermatozóides. Sem falar na possibilidade de uma mulher obter uma produção verdadeiramente independente.

Falando sobre fertilidade masculina, recentemente li um artigo bem interessante. Na verdade, preocupante, sobre a piora da qualidade seminal ao longo dos anos.

Um estudo, analisando amostras seminais de 14.947 homens normais provenientes de 61 centros diferentes, indicou que houve uma diminuição de aproximadamente 50% na concentração espermática no período de 1938 a 1990. Apesar de termos que considerar a falta de padronização entre os diferentes serviços e os erros dela decorrentes em um período tão extenso, a verificação da diminuição da concentração espermática ao longo dos anos é um fenômeno que não pode ser ignorado. Hoje, aproximadamente 10% a 12% de toda a população masculina que procura uma clínica de Reprodução Assistida apresenta redução grave da concentração (abaixo de 5 milhões de espermatozóides/ml) ou azoospermia (ausência de espermatozóides no sêmen).

O artigo também chamava a atenção para o alarmante crescimento na incidência de câncer de testículo, o qual está aumentando na proporção de 2% a 4% ao ano em homens com idade inferior a 50 anos. Tenho visto um grande número de jovens que procuram a clínica para realizar congelamento de sêmen, pois serão submetidos a tratamentos oncológicos. Ainda bem que cada vez mais oncologistas se conscientizam da importância de oferecer esta orientação ao paciente, pois as drogas quimioterápicas e a radiologia podem ser bastante prejudiciais às gônadas (testículos e ovários) e comprometerem a fertilidade de homens e mulheres que se submetem a tratamentos contra câncer.

Pois é, atenção, homens! O estudo foi bem claro: a fertilidade de vocês está ameaçada. Então, aproveitando o início do ano e o clima de novos planos, sugiro que o cuidado com a qualidade seminal esteja na sua lista (independente se o seu espermograma já apresentar alguma alteração). Para facilitar, preparei uma listinha com alguns vilões da fertilidade masculina:

- temperatura elevada próximo aos testículos (trabalho próximo a motores, fornos, uso de laptops no colo)
- tabagismo, alcoolismo, maconha e outras drogas
- obesidade
- anabolizantes
- trauma testicular
- varicocele
- infecções do trato genital
- toxinas do meio ambiente (pesticidas, solventes)
- metais pesados (chumbo, cromo, mercúrio, cobalto, cádmio, cromo, alumínio, lítio, arsênico)

Fernanda Couto Ferreira
Biomédica do Vida - Centro de Fertilidade da Rede D'Or