terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Estudo mostra que perder peso aumenta a fertilidade de mulheres com síndrome do ovário policístico


A revista online Endocrinology Advisor acaba de publicar uma pesquisa sobre os efeitos de mudanças no estilo de vida de mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP) no aumento de sua fertilidade, uma ótima notícia para as mulheres que sofrem desse mal e desejam engravidar. Já se sabe que a SOP causa, entre outros problemas, a anovulação, ou seja, a suspensão da ovulação. 

Realizado nos Estados Unidos, o estudo foi feito com 149 mulheres com idades entre 18 e 40 anos, acima do peso, e que sofriam com a síndrome do ovário policístico. Ao se submeterem a uma mudança no estilo de vida, incluindo uma dieta com restrição calórica de 1.200 a 2.000 calorias por dia (dependendo do peso das participantes) e a prática de exercícios físicos cinco dias na semana durante quatro meses, essas mulheres conseguiram perder peso e gordura corporal, melhorando significativamente sua taxa de ovulação. 

Os resultados revelaram taxas superiores cumulativas de ovulação entre as mulheres que perderam peso (46% no grupo de mulheres que tomavam pílula anticoncepcional, 60% no grupo que mudou o estilo de vida, e 67% no grupo combinado). Entre esses grupos, as taxas de nascidos vivos foram 12%, 26% e 24%, respectivamente.

Diversos estudos mostram que a SOP está relacionada com a resistência à insulina. Portanto, manter um estilo de vida saudável, um peso dentro do ideal, e ter uma alimentação com baixa carga glicêmica - rica em fibras e com porções reduzidas de: açúcar, sucos de caixa, e alimentos refinados como farinhas e doces são fundamentais para um melhor tratamento dessa síndrome. 

Optar pelo consumo de legumes, verduras, grãos integrais, cereais integrais e frutas in natura ao invés de sucos são escolhas que tornam os hábitos alimentares mais saudáveis.

E uma ressalva também para as mulheres que não sofrem com a síndrome: ficar acima do peso e manter uma alimentação pobre em nutrientes, além de aumentar a chance de desenvolver a SOP, diminui, de maneira geral, a chance de engravidar.

Clique aqui e confira a pesquisa na íntegra.

Tatiana Rom
Nutricionista do Vida – Centro de Fertilidade 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Pesquisa comprova desconhecimento dos homens sobre hábitos que afetam a fertilidade


Homens não sabem que envelhecer, beber muito e ser obeso pode reduzir sua fertilidade, de acordo com uma pesquisa realizada no Reino Unido. Os dados são surpreendentes: quase metade dos entrevistados (49%) não estava ciente de que o esperma sofre falhas genéticas com a idade; um em cada três entrevistados afirmam não saber que o excesso de álcool pode afetar a fertilidade e 46% desconhecem os riscos de ser obeso. Além disso, 33% dos homens fumavam regularmente, hábito que reduz a qualidade do esperma, e 55% deles não sabem que doenças sexualmente transmissíveis podem afetar sua fertilidade.

O espermograma ou avaliação seminal é muito importante. Trata-se de um exame simples e indolor que permite avaliar importantes parâmetros do sêmen, como o volume, a concentração e a qualidade dos espermatozoides, a presença de células inflamatórias, entre outros. O resultado deste exame ajudará o médico a decidir qual o melhor tratamento para o casal. Quando há alterações, as causas podem ser investigadas através de dosagens hormonais, ultrassom, biópsia e exames genéticos.

Diversos fatores podem oferecer risco para a fertilidade masculina, causando alterações no funcionamento do aparelho reprodutor e/ou prejudicando a produção de espermatozoides, mas o desconhecimento dessas causas ainda é alto. Podemos citar algumas doenças crônicas (diabetes melito, arteriosclerose, insuficiência renal), doenças infecciosas (DSTs, tuberculose, hanseníase), varicocele (veias aumentadas ao redor do testículo), alguns medicamentos (imunossupressores, esteroides anabolizantes, álcool e drogas ilícitas, agentes quimioterápicos), tabagismo, desnutrição, prática de exercícios exagerada, radioterapia, fatores ocupacionais (calor, exposição a metais pesados), fatores genéticos e outros. Identificar estes fatores e corrigir os hábitos de vida é fundamental para qualquer indivíduo que esteja querendo ter filhos. Embora não haja comprovação científica, suplementos como vitaminas E e C, ácido fólico, zinco, selênio, ômega 3 e outras com função antioxidante podem melhorar a qualidade dos espermatozoides.
          
De acordo com Maria Cecília Erthal, diretora médica do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D'Or, muitos estudos já provaram que os hábitos alimentares também têm impacto na qualidade dos gametas. De acordo com a diretora, o excesso de peso, acompanhado pela carência de nutrientes, prejudica a formação de óvulos e espermatozoides. "Hormônios que atuam tanto no sistema reprodutor dos homens quanto no das mulheres precisam de gordura em níveis equilibrados para desempenhar o seu papel pelo organismo. Quando há sobrepeso e, muitas vezes como consequência, alteração do colesterol - alto demais ou muito baixo -, metabolismo desregulado interfere diretamente na produção de esperma".  
         
A doutora Maria Cecília lembra, ainda, que normalmente o colesterol alto está relacionado com a obesidade, reconhecidamente um dos fatores de risco para a dificuldade de engravidar. A diretora recomenda evitar excessos na alimentação, como frituras e açúcares, e recomenda o consumo de alimentos ricos em fibras, como aveia, para controlar o peso e reduzir os níveis de colesterol do sangue.