quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Taxa de fertilização sobe na primavera; dias mais luminosos estimulam reprodução
























Testes em laboratório estão conseguindo comprovar que as taxas de fertilização humana realmente aumentam na época da primavera e que os nascimentos de bebês acontecem com mais frequência no outono. A hipótese ainda está em fase de estudos, mas acredita-se que seus resultados se devem ao fato de que a intensidade da luminosidade diária pode alterar áreas no cérebro humano associadas a mudanças na mediação das atividades endócrinas e reprodutivas.

Uma reportagem do portal Folha Online explica como a pesquisa foi conduzida e os resultados comprovados em outros mamíferos, como bois e macacos, e também pela resposta ovariana obtida em processos de fertilização de mulheres em laboratório.

Taxa de fertilização sobe na primavera; dias mais luminosos estimulam reprodução

A primavera é a estação do ano mais propícia para a fertilização humana. Pelo menos para aquela que acontece no laboratório.

Nascimentos são mais comuns nos meses de outono

É o que sugere o primeiro estudo brasileiro sobre o impacto da sazonalidade na reprodução assistida, apresentado no congresso mundial de fertilidade, na Alemanha.

O assunto é controverso e ainda não há um consenso sobre os reais efeitos desse fator ambiental nas taxas de fertilidade humana em outros mamíferos, como bois e macacos, a influência é mais conhecida e documentada.

A hipótese é que a fertilidade seja estimulada pela intensidade da luminosidade diária. Dias mais luminosos estariam associados a mudanças no cérebro responsáveis por mediar atividades endócrinas e reprodutivas.

No estudo brasileiro, foram avaliados ciclos de 1.932 mulheres que passaram pela fertilização in vitro em uma clínica de São Paulo, entre 2005 e 2009. Os ciclos foram agrupados de acordo com a estação do ano: 435 no inverno, 444 na primavera, 469 no verão e 584 no outono. Variáveis como idade, causa de infertilidade e qualidade do sêmen foram controladas.

Na primavera, a taxa de fertilização dos óvulos foi a mais alta (73,5%). No outono, no verão e no inverno, os percentuais foram de 69%, 68,7% e 67,9% respectivamente, segundo o estudo.

A resposta ovariana (número de óvulos produzido pela mulher após tomar as drogas hormonais) também foi melhor na primavera. Já a taxa de gravidez foi maior no verão (35,5% contra os 32,6% registrados na primavera).

MELATONINA

Segundo Edson Borges Júnior, um dos autores do trabalho e doutor em ginecologia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), a gravidez depende de outros fatores que não apenas os ambientais, o que dificulta analisar a sazonalidade.

Já a fertilização dos óvulos teria grande influência ambiental, na sua avaliação. A explicação é que a luminosidade da primavera aumenta a atividade da melatonina (hormônio que regula o sono) que, por sua vez, afeta áreas do hipotálamo.

Isso levaria a uma maior secreção dos hormônios reprodutivos, como o FSH (hormônio estimulante folicular), o LH (hormônio luteinizante), que agem no ovário, o que melhora a resposta ao tratamento de fertilização.

O urologista Jorge Hallak, médico-assistente do Hospital das Clínicas da USP e um dos maiores pesquisadores brasileiros sobre sêmen, diz que os gametas masculinos também têm qualidade superior na primavera.

Além da influência da melatonina, diz ele, isso se deve também à vitamina D, que é estimulada pela exposição ao sol. "É na mudança do inverno para a primavera que isso é mais percebido."

O próximo passo, explica Borges Júnior, será estudar diferentes regiões brasileiras e avaliar se a latitude influi nas taxas de fertilização. "Isso poderá ajudar na elaboração de novos protocolos de tratamento, levando em consideração a influência de efeitos sazonais no sistema endócrino-reprodutivo."

Confira a reportagem completa e seus infográficos no site da Folha Online.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Nascem bebês de proveta que passaram por exame genético















Uma nova técnica que vem sendo aplicada como forma de aumentar as chances de sucesso nos procedimentos de fertilização in vitro acaba de ter seus primeiros resultados comprovados. Na última semana, duas mulheres deram a luz a bebês saudáveis gerados a partir de óvulos submetidos à chamada "hibridização genômica comparativa por microarranjo". No site O Globo Online você pode conhecer um pouco melhor essas histórias de sucesso da inseminação artificial e entender como o novo método funciona, eliminando embriões que possam conter anomalias.

Nascem bebês de proveta que passaram por exame genético

LONDRES (Reuters) - Duas mulheres pariram bebês saudáveis gerados a partir de óvulos submetidos a um completo exame genético antes da implantação no útero, numa nova técnica que pode ampliar as chances de sucesso da fertilização in vitro.

Gêmeas nascidas em junho, na Alemanha, e um menino que nasceu em setembro, na Itália, são os primeiros bebês de proveta beneficiados pela chamada "hibridização genômica comparativa por microarranjo", disseram cientistas europeus na sexta-feira.

A técnica procura defeitos genéticos em óvulos e embriões, o que aumenta as chances de uma gravidez saudável em casos de fertilização in vitro (FIV).

Esses casos foram parte de uma análise de "prova de princípio", destinada a avaliar se esse método para o exame dos oócitos e embriões antes da transferência pode ajudar na taxa de sucesso da fertilização em laboratório.

"Aprendemos em mais de 30 anos de FIV que muitos embriões que transferimos têm anormalidades cromossômicas", disse em nota Luca Gianaroli, participante do estudo e presidente da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (Eshre).

Segundo ele, dois terços dos embriões implantados nas FIVs não resultam em uma gravidez satisfatória, muitas vezes por causa dessas anomalias.

"Todo o mundo da FIV tenta há mais de uma década encontrar uma forma eficaz de procurar essas anormalidades. Agora temos a tecnologia (...) e esperamos que isso finalmente forneça um meio confiável de avaliar o status cromossômico dos embriões que transferimos", disse ele.

A embriologista Cristina Magli, também participante do estudo, disse em nota que os três bebês e suas mães estão "indo muito bem em termos de peso e desenvolvimento geral".

Os cientistas disseram que o próximo passo é ampliar o estudo para um teste clínico internacional de larga escala, que deve começar em 2011.

Se o resultado desse estudo mais amplo for positivo, os especialistas dizem que o novo exame provavelmente será usado em mulheres com mais de 37 anos que se submetem a FIVs, ou em mulheres com histórico de aborto espontâneo ou que passaram por tentativas frustradas de fertilização in vitro.

Todas essas condições das candidatas a mães estão associadas a incidências exacerbadas de anomalia cromossômica nos embriões.

Um em cada seis casais no mundo todo sofre algum tipo de problema de infertilidade ao menos uma vez durante a época reprodutiva de suas vidas. A Eshre estima que 9 por cento das mulheres com idades de 20 a 44 anos tenham atualmente problemas de infertilidade com duração superior a 12 meses.

Acesse o portal O Globo Online e confira.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Bebê nasce de embrião congelado há quase 20 anos















Um embrião congelado há mais de 20 anos deu origem a uma criança saudável, fecundada através do útero de uma mulher de 42 anos. O feito foi realizado por cientistas das Virgínia, nos Estados Unidos, e a técnica utilizada foi a fertilização in vitro tradicional.

Para entender melhor o caso, leia abaixo ou acesse o site O Globo Online.

Bebê nasce de embrião congelado há quase 20 anos

Cientistas americanos conseguiram que uma mulher de 42 anos tivesse um filho saudável a partir de um embrião que permaneceu congelado por quase 20 anos.

A técnica foi aplicada no Instituto Jones de Medicina Reprodutiva, da Escola de Medicina de Eastern Virginia, em Norfolk, na Virgínia.

A mulher que recebeu os embriões havia registrado uma baixa reserva ovariana, ou seja, baixo estoque de óvulos disponíveis, e fazia tratamento de fertilização havia dez anos.

Os médicos descongelaram cinco embriões que haviam sido doados anonimamente por um casal que realizara o tratamento de fertilização na clínica 20 anos antes.

Dos embriões descongelados, dois sobreviveram e foram transferidos para o útero da paciente. Ao fim de uma única gravidez, a mulher deu à luz um garoto que nasceu saudável.

O caso foi relatado em um artigo científico na publicação especializada "Fertility and Sterility", da Sociedade Americana para a Medicina Reprodutiva.

A equipe, liderada pelo pesquisador Sergio Oehninger, disse que não conhece nenhum caso de gravidez em que um embrião humano tenha permanecido tanto tempo congelado - 19 anos e sete meses.

"Congelar embriões é uma prática que só começou a ficar frequente nos anos 1990, então este certamente estava entre os que foram congelados logo no início deste processo", explicou à BBC Brasil o diretor científico e professor honorário do Centro de Medicina Reprodutiva da Universidade de Glasgow, Richard Fleming.

"Este é sem sombra de dúvida o caso mais antigo de que já ouvi falar, e mostra como um embrião de boa qualidade pode perfeitamente se desenvolver independentemente de ter sido gerado em 1990 ou 2010."

Tempo em suspenso

O congelamento suspende biologicamente o envelhecimento das células, e os cientistas defendem que um embrião pode permanecer neste estado por décadas.

Ate agora, o maior tempo que um embrião permaneceu congelado antes de ser transferido para o útero e gerado um bebê foi 13 anos, em um caso na Espanha.

No Brasil, o recorde é de uma mulher do interior de São Paulo que deu à luz um bebê nascido de um embrião que ficara congelado por oito anos.

Há ainda casos de pacientes que congelam suas células reprodutivas com fins terapêuticos, antes de tratamentos que podem deixá-los estéreis.

Em 2004, um casal teve um filho a partir de esperma que havia permanecido congelado por 21 anos.

Nesse caso, o pai tinha congelado espermatozoides aos 17 anos de idade, antes de começar a tratar um câncer de testículo com radioterapia e quimioterapia, que o deixaram sem capacidade reprodutiva.

Veja a matéria também através do portal O Globo.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pioneiro da fertilização in vitro ganha Nobel de Medicina




















Um reconhecimento muito apropriado foi entregue nesta semana ao criador do método de fertilização in vitro, que já permitiu a milhares de casais inférteis do mundo todo a possibilidade de gerarem um filho. A entrega do prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2010 ao professor universitário Robert Edwards, de 85 anos, valoriza a importância da técnica, através da qual acontece a fertilização dos óvulos fora do organismo para posterior introdução no útero da mãe.

Edwards, juntamente com o cientista Patrick Steptoe, que faleceu em 1988, foram responsáveis pelo nascimento do primeiro bebê de proveta do mundo, em 1978. Edwards coordenou o processo de desenvolvimento da técnica desde seu surgimento, na década de 50, até os tratamentos de fertilidade atuais. Confira outras informações em uma reportagem do portal O Globo.

Pioneiro da fertilização in vitro ganha Nobel de Medicina

ESTOCOLMO - Criador do método de fertilização in vitro, que permitiu o nascimento de 4 milhões de pessoas desde 1978 e tem ajudado milhares de casais inférteis a terem filhos, o professor emérito da Universidade de Cambrigde, Robert Edwards, de 85 anos, venceu o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2010. O anúncio foi feito nesta segunda-feira pela Fundação Nobel, no Karolinska Institutet, em Estocolmo, na Suécia. Edwards vai receber 10 milhões de coroas suecas, equivalentes a quase US$ 1,5 milhão.

Edwards e Patrick Steptoe, cientista que morreu em 1988, desenvolveram a técnica de fecundação in vitro, pela qual os óvulos são fertilizados fora do corpo e são implantados posteriormente no útero. Os cientistas britânicos foram responsáveis pelo nascimento do primeiro bebê de proveta, Louise Joy Brown, em 1978. O desenvolvimento da fertilização in vitro começou nos anos 50. Edwards coordenou o processo desde as primeiras descobertas até os tratamentos de fertilidade atuais.

"Suas descobertas tornaram possível o tratamento da esterilidade que afeta uma grande parcela da humanidade e mais de 10% dos casais no mundo", explica o comunicado do Comitê Nobel.

O início das pesquisas

Edwards dedicou-se por mais de 20 anos à pesquisa de como fazer óvulos e espermatozoides amadurecerem e depois fecundá-los fora do corpo. A ideia de fertilizar células humanas fora do corpo nasceu de estudos que já haviam comprovado a possibilidade de fertilizar óvulos de coelhos em tubos de ensaio com sucesso.

Ao desenvolver a técnica, Edwards descobriu como os óvulos humanos amadurecem, que hormônios regulam a maturação e em que momento eles estão mais propícios à fertilização. Ele também determinou em que condições o espermatozoide consegue fertilizar o óvulo.
Em 1969, ele conseguiu realizar a primeiro fertilização de um óvulo humano em um tubo de ensaio, mas, neste caso, o zigoto formado não se desenvolveu além de uma primeira divisão celular.

Steptoe era ginecologista e pioneiro na cirurgia de laparoscopia, usada para extrair os óvulos das mães. Como o segundo faleceu antes de ser premiado, Edwards foi o único beneficiado pelos estudos feitos na Clínica Bourn Hall, em Cambridge, fundada pelos dois cientistas e reconhecida como o primeiro centro de fertilização in vitro.

O método da fertilização in vitro, agora bem aceito, foi cercado de enorme polêmica quando Louise Brown nasceu, em 1978. Edwards sabia de todos os questionamentos éticos que surgiriam com a criação da vida in vitro, mas não se intimidou e continuou tocando suas pesquisas. Mesmo quando teve uma verba negada pela Medical Research Council, uma agência de financiamento do governo em 1971, os dois cientistas continuaram trabalhando para conseguirem criar o método de fertilização in vitro, com apoio de fundos privados.

"Olhando para trás, vemos como foi surpreendente que não só Edwards foi capaz de responder às críticas constantes sobre fertilização in vitro, mas que ele também foi persistente e imperturbável no cumprimento de sua visão científica", escreveu Christer Hoog, membro da comissão do prêmio Nobel , na página da Fundação Nobel da web.

Não se sabe por que o comitê do Prêmio Nobel demorou tanto tempo para reconhecer o trabalho de Edwards. É comum que o comitê ignore a determinação de Alfred Nobel de se premiar descobertas feitas no ano anterior à premiação. Mas um atraso de 30 anos é mais incomum.

Acesse O Globo Online e veja a matéria.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Bebê gerado no útero da avó

Foi noticiado esta semana mais um caso de avó materna que dá à luz o próprio neto. Desta vez, a avó, com 59 anos, gerou o bebê para a filha, que não podia engravidar pois perdera o útero em uma cirurgia. A cesariana ocorreu nesta terça-feira (28 de setembro), em Ribeirão Preto (SP).

A história nos lembrou o primeiro caso acontecido no Estado do Rio, em 2007, conduzido pelo Dr. Paulo Gallo, hoje especialista da equipe do Centro de Fertilidade da Rede D'Or. Na época, a avó materna, de 42 anos, gerou o bebê para a filha, que nascera sem o útero.














Veja mais no site do Dr. Paulo Galo: www.fertilicita.com.br