quarta-feira, 26 de março de 2014

Grã-Bretanha planeja primeira fertilização com duas mães


A Grã-Bretanha publicou na quinta-feira uma proposta de regulamento para que o país se torne o primeiro a permitir tratamentos de fertilização em que os bebês resultantes tenham um pai e "duas mães", evitando assim a transmissão de doenças incuráveis.

Médicos elogiaram a decisão, mas críticos temem que a prática leve ao nascimento de eugênicos "bebês de prancheta". Segundo o governo, a medida será submetida a escrutínio público e aprovação do Parlamento. 

A técnica é conhecida como fertilização "in vitro" (FIV) com três genitores, porque a prole tem os genes da mãe, do pai e de uma doadora.

Paralelamente aos planos britânicos, consultores médicos dos EUA iniciaram nesta semana uma série de audiências públicas para avaliar as justificativas científicas para a realização de testes do procedimento em humanos.

O tratamento, atualmente apenas em estágio de pesquisa em laboratórios da Grã-Bretanha e Estados Unidos, representaria a primeira vez em que embriões geneticamente modificados seriam implantados em mulheres.

O processo envolve uma intervenção no processo de fertilização para remover o DNA mitocondrial danificado, capaz de causar doenças hereditárias como problemas cardíacos fatais, insuficiência hepática, distúrbios cerebrais, cegueira e distrofia muscular.

As doenças mitocondriais -que são incuráveis e transmitidas pela linhagem materna- afetam cerca de uma em cada 6.500 crianças no mundo todo. A mitocôndria funciona como pequenas "baterias" geradoras de energia dentro das células.

Os cientistas estão pesquisando várias técnicas de FIV com três genitores. Uma delas, sendo desenvolvida na Universidade de Newcastle, é conhecida como transferência pró-nuclear, e consiste na troca de DNA entre dois óvulos humanos fertilizados.

Outra, chamada de transferência do fuso materno, intercambia material entre o óvulo da mãe e o óvulo da doadora antes da fertilização.

Uma comissão de ética médica da Grã-Bretanha que avaliou possíveis novos tratamentos em 2012 concluiu que eles são éticos e devem ser levados à frente enquanto as pesquisas indicarem que eles serão seguros e eficazes.

Como a Grã-Bretanha está na vanguarda dessa pesquisa, as preocupações éticas, decisões políticas e avanços científicos são atentamente observados no mundo todo, especialmente nos EUA.

A consulta pública britânica sobre a proposta de regulamentação vai até 21 de maio.

Foto: Getty Images

Confira a matéria no portal Exame


terça-feira, 18 de março de 2014

A Nutrição aliada ao preparo da mulher que pretende engravidar



A Nutrição aliada ao preparo da mulher que pretende engravidar. Uma dieta rica em vitaminas e minerais e com alimentos de baixo índice glicêmico, sem gordura trans e pouco sódio. 


Por Luciane Peixoto - Nutricionista


 Nem sempre engravidar é uma tarefa fácil. Por vários motivos casais aparentemente saudáveis se deparam com a dificuldade de realizar o sonho de ter um bebê. É quando se torna necessário pensar em tratamentos específicos ou até mesmo rever os próprios hábitos. Um dos fatores que interferem negativamente na chance da mulher engravidar é o sobrepeso e obesidade. É nesse momento que a Nutrição adequada é mais importante para futura mamãe. Mulheres com desequilíbrios ovulatórios são as que mais se beneficiam da dieta. Esse assunto é tema central de um estudo realizado pelos pesquisadores Jorge Chavarro e Walter C. Willett da Universidade de Harvard (EUA), e que resultou no livro The Fertility Diet (Dieta da Fertilidade, Editora Campus-Elsevier). Os cientistas concluíram em sua pesquisa que a insulina e a enzima globulina influenciam na ovulação feminina e a ação dessas duas substâncias é resultado direto dos alimentos que são consumidos.

A globulina é uma proteína que se liga aos hormônios sexuais (SHBG) e é regulada pela insulina. O aumento brusco da insulina influencia diretamente os níveis de globulina, segundo o livro "Dieta da Fertilidade" dos pesquisadores de Harvard.

Especialistas indicam a dieta de baixo carboidrato, principalmente para quem tem algum desequilíbrio ovulatório, como a síndrome do ovário policístico. Mulheres acima do peso ou com peso abaixo do considerado saudável também se beneficiam, pois apesar de focar nas disfunções do ovário, essa é uma dieta equilibrada.

Apesar de ser uma dieta indicada para mulheres que carregam o desejo de engravidar, pode também ser usada por outras pessoas que simplesmente buscam qualidade de vida. Algumas orientações básicas são: comer com moderação, evitando gorduras ruins (trans) e alimentos industrializados, ricos em sódio. Não comer sem ter apetite, evitar doces e tentar incluir vegetais que garantirão muitas vitaminas, além de aumentar o consumo de água.

Dicas nutricionais: 

Usar alimentos de baixo índice glicêmico: Já é sabido que a insulina em excesso no organismo é fator para diminuição da fertilidade. Com isso torna-se importante a redução do consumo de alimentos ricos em glicose, que é o principal estímulo para liberação de insulina na corrente sanguínea. Alimentos produzidos com farinha de trigo branca (pães, bolos, biscoitos e massas) devem ser excluídos da alimentação. Podendo fazer trocas por alimentos integrais e de preferência não industrializados.

Excluir da dieta a gordura trans:, facilmente encontrada em biscoitos (mesmo os que parecem não conter gordura), pães “fofinhos”, bolos prontos, salgadinhos, entre outros.

Diminuir qualquer tipo de alimento industrializado. Esses alimentos são ricos em sódio e conservantes que intoxicam o organismo.

Reduzir o sal da dieta. É ideal para manter os níveis pressóricos estáveis e diminuir o edema e retenção hídrica.

Incluir: Carnes (carne de boi, frango, porco, vísceras, peixes e ovos), desde que estas sejam de boa procedência e em cortes magros.

Aumentar o consumo de vegetais folhosos, legumes e frutas. Quando possível optar por orgânicos, pois são livres de agrotóxicos.

Ingerir boa quantidade de água.

Alguns nutrientes que irão ajudar o processo de preparação da futura mamãe: 

Vitamina A: ajuda na produção de hormônios femininos. Alimentos fonte de vitamina A são: óleo de fígado de bacalhau, fígado, ovos, agrião, couve, espinafre, ervilhas, batata-doce, couve-flor, cenoura, mamão, manga.

Vitamina D: ajuda o corpo na ovulação, garantindo o equilíbrio hormonal. Alimentos fonte de vitamina D: sardinha, atum, iogurte, ovos, fígado, manteiga. Mas a principal fonte do nutriente é a luz solar, bastam 15 minutos diários de exposição para conseguir sintetizar a vitamina.

Vitaminas do complexo B (B6, B9, B12): as vitaminas B6, B9, mais conhecida como ácido fólico e B12 também ajudam na fertilidade e na formação de um feto saudável. A vitamina B6 ajuda a regular a glicose no sangue, evitando picos de insulina. A B9 (ácido fólico) diminui problemas na formação do tubo neural do bebê. Já a B12 melhora a camada do útero que vai receber o embrião e regula o ciclo menstrual. Alimentos fonte de vitamina B6: Batata, banana, peito de frango, salmão, atum, abacate. Alimentos fonte de vitamina B9 (ácido fólico): vegetais verde-escuros, fígado, lentilha, feijão, laranja, amêndoas, espinafre. Alimentos fonte de vitamina B12: carnes, peixes, ovos, leite e queijos.

Vitamina C: Outra vitamina que não pode faltar no cardápio e que dá uma ajudinha extra para a "cegonha" é a vitamina C. Ela é essencial para manter a imunidade em dia, diminuindo o risco de doenças, devido ao seu poder antioxidante, além de ajudar na absorção do ferro contido nos alimentos. Alimentos fonte de vitamina C: laranja, limão, abacaxi, mamão, goiaba, morango, acerola, carambola, caju, tangerina e pimentão.

Vitamina E: a vitamina E atua melhorando a qualidade do endométrio e do útero, aumentando a vascularização da região. Alguns estudos com cobaias mostram que uma das maiores causas da infertilidade comprovadas é a falta de vitamina E, que protege o DNA. Alimentos fonte de vitamina E: Alface, agrião, espinafre e couve, óleos vegetais e gérmen de trigo.

Zinco e selênio: segundo pesquisadores, o ciclo hormonal também depende de a mulher ter uma quantidade adequada de hormônios sexuais tanto produzidas pelos ovários, pelas glândulas suprarrenais como pelo tecido periférico (gordura). Os minerais zinco e selênio ajudam a regular a produção hormonal, deixando os hormônios nas quantidades ideais para melhora da fertilidade. Alimentos fonte de zinco: ostras, nozes, castanhas, carne bovina, farelo de aveia. Alimentos fonte de selênio: gérmen de trigo, atum, salmão, alho, castanha-do-pará, ovos, arroz integral.

Ferro: a deficiência desse mineral está relacionada ao mau desenvolvimento do feto, mas também pode prejudicar na própria fertilidade de quem anseia por um filho. Quando o ferro está em níveis baixos no organismo da mulher, ela pode não ovular. Além disso, sua ausência pode causar anemia, que diminui o oxigênio no organismo, deixando-o insuficiente para completar suas funções vitais. Alimentos fonte de ferro: carne vermelha, fígado, aves e peixes, vegetais verdes-escuros e leguminosas. Observando que os alimentos de origem vegetal dependem de vitamina C para serem aproveitados como fonte de ferro pelo organismo.

Ômega 3 e 9: possuem poderes antioxidantes e trazem grandes benefícios ao coração. É gordura de excelente qualidade para incluir na dieta pré-gestacional. Alimentos fonte de ômega 3: óleo de linhaça, farinha de linhaça e peixes gordos (salmão, arenque, sardinha). Alimento fonte de ômega 9: azeites virgens e extra virgens (preferencialmente os que têm acidez inferior a 0,5% e extraídos à frio).

É importante ressaltar que mulheres muito abaixo do peso considerado saudável podem ter quantidade insuficiente de hormônio, isso pode fazer com que ela não consiga ovular pelo desequilíbrio hormonal causado pela "subnutrição" ou uma irregularidade menstrual, que acontece comumente em casos de anorexia.

É importante deixar claro que os problemas de fertilidade devem ser investigados por médicos especialistas.

terça-feira, 11 de março de 2014

Participação da Drª Maria Cecília Erthal no programa Sem Censura

Participação da nossa diretora-médica, a Drª Maria Cecília Erthal, no programa Sem Censura, da TV Brasil, no dia 10 de março de 2014. Na ocasião, a médica falou sobre os problemas que uma gravidez entre primos pode gerar na criança. Confira as fotos dos bastidores do programa!


A Drª Maria Cecília Erthal com os convidados do programa Sem Censura




A Drª Maria Cecília Erthal com a atriz Zezé Polessa




A Drª Maria Cecília Erthal e a apresentadora Leda Nagle