quarta-feira, 27 de julho de 2011

Conheça as principais causas da infertilidade feminina


Saiba quais são os principais problemas que dificultam a gestação, na matéria do portal iG.
Essas e outras questões serão abordadas no evento “Até os heróis precisam manter a saúde em dia”, que acontece no auditório do MD.X Barra Medical Center, no Rio de Janeiro, dia 6 de agosto, sábado, a partir das 9h.

O que pode dificultar a gravidez?
De idade até incompatibilidade imunológica, conheça nove fatores que podem adiar o sonho de gestar uma vida

Yara Achôa, iG São Paulo

Um casal pode começar a considerar que está com dificuldades para engravidar quando suspende os métodos contraceptivos e, no prazo de um ano, não tem sucesso.

Isso se os dois estiverem com a saúde em dia e a mulher tiver até 35 anos –afinal, o fator idade é um dos que mais influencia a fertilidade.

Dos 35 aos 40 anos, o tempo de espera cai para seis meses. E acima disso, três meses. Dois abortos espontâneos, em qualquer idade, também podem indicar problemas.

“Se a mulher souber previamente que já tem algum problema, como síndrome do ovário policístico ou mioma, deve buscar tratamento antes de iniciar as tentativas. Uma vez tratado – o que, em alguns casos, pode levar entre três e seis meses – as chances de uma gestação saudável aumentam”, diz a ginecologista Maria Cecília Erthal, especialista em reprodução humana assistida e diretora-médica do Vida, Centro de Fertilidade da Rede D’Or, no Rio de Janeiro.

Veja a seguir os principais problemas femininos que podem dificultar a gestação:

Ausência de óvulos ou disfunção ovariana: “O ovário é o órgão onde são produzidos os óvulos. As alterações ovarianas comprometem a produção hormonal; ciclo menstrual e os ovários. É necessário um exame clínico detalhado para diagnosticar possíveis distúrbios ovulatórios, sendo necessária a dosagem de hormônios”, diz a médica Maria Cecília Erthal. Os exames também podem identificar falência ovariana precoce, ainda que a mulher não esteja em idade comum para menopausa. Mesmo com o ovário comprometido, as mulheres menstruam normalmente e só descobrem o problema quando são submetidas a exames específicos.

“Há estudos que mostram que o distúrbio está relacionado a hábitos pouco saudáveis e contato com substâncias tóxicas”, explica a especialista.

Síndrome dos ovários policísticos: a SOP é causada pelo desequilíbrio na produção de hormônios, alterando todo o ciclo menstrual da mulher ou até mesmo causando a ausência do fluxo menstrual. O problema acarreta disfunção na ovulação e pode dificultar as chances de engravidar.

Endometriose: a endometriose afeta entre 15% e 20% das mulheres e muitas vezes é descoberta somente quando surge o desejo de engravidar. “Ocorre quando o endométrio, tecido que reveste o útero e é eliminado durante a menstruação, atinge outros órgãos do corpo, como ovários, bexiga, trompas etc. Os principais sintomas são fortes cólicas durante e após períodos menstruais, incômodo durante relações sexuais e dores abdominais”, diz a ginecologista.

Obstrução tubária: para chegar ao útero, os gametas masculinos e femininos passam pelas trompas. Inflamações ou infecções podem obstruir as tubas uterinas e impossibilitar qualquer chance de gravidez.

Miomas: até 50% das mulheres podem apresentar miomas ao longo da vida, com maior incidência a partir dos 40 anos. Os miomas originam-se a partir do crescimento desordenado de células e podem afetar a função do útero. Entretanto, raramente causam infertilidade, a não ser que cresçam para dentro do útero ou quando se desenvolvem em lugares que impedem a passagem dos embriões.

Idade avançada: “Quanto mais avançada for a idade, maiores serão as dificuldades para engravidar. Isso porque, com o tempo, o ovário começa a diminuir a quantidade e qualidade dos óvulos”, fala Maria Cecília Erthal.

Alterações da tireoide: a tireoide é uma glândula que produz hormônios para regular o metabolismo. “Distúrbios na produção desses hormônios (hipotireoidismo e hipertireoidismo) podem causar problemas em todo o corpo e dificuldade para engravidar”, diz a especialista.

Aumento da prolactina: trata-se também de um distúrbio hormonal. Alterações em sua produção podem causar mudanças no ciclo menstrual e prejudicar o correto funcionamento dos ovários.

Incompatibilidade imunológica: o corpo da mulher pode “rejeitar” o embrião, porque o identifica como um invasor. “É uma hipótese levantada em quadros de aborto de repetição. Tratamento específico pode resolver o problema”, diz a médica do Centro de Fertilidade da Rede D’Or.

Uma vez diagnosticado algum dos problemas citados, busca-se o tratamento adequado para depois voltar às tentativas de gravidez. “Algumas vezes a fertilização é cogitada desde o início, como em casos de obstrução completa das duas trompas ou casos mais severos de endometriose. Mas fertilização deve ser muito bem indicada”, conclui a médica.

Leia a matéria também no portal iG.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ola, meu nome é Natália e gostaria de saber sobre as seguintes questões, espero que vocês possam me ajudar, pois acho o meu caso um tanto complicado.
1. Sou casada com meu primo (de 1 grau) e sempre ouço da família que podemos ter problemas ao engravidar: chances do bebê nascer com alguma síndrome, ou alguma doença ou deficiência mental/física... Gostaria de saber se isso realmente é verdade, e se for, se tem algum método (natural ou em laboratório) em que isso possa ser evitado, pelo bem de todos?
2. Também gostaria de saber sobre o seguinte: meu tipo sanguíneo é AB- e sempre me falam sobre uma vacina que tenho que tomar antes de engravidar... Isso é verdade? Se sim, quando deve ser feita, e se apesar da vacina, ainda corro algum risco?
3. Moro no Reino Unido e já fiz um aborto. Aqui a lei permite em muitos casos, como o meu, mas não gostaria de revelar o motivo. Não me disseram se eu teria complicações para engravidar novamente, mas muitas pessoas dizem que sim... é verdade?
Apesar disso tudo, queremos muito ter nosso bebê em breve e é claro que o aceitaremos como vier. E necessário consultar um medico, ou posso seguir em frente pelos métodos naturais sem medo? Para ressaltar, tenho 22 anos.
Obrigada,
Natália.

Vida - Centro de Fertilidade da Rede D'Or disse...

Cara Natalia,

1.Os relatos de sua família têm fundamento e estão corretos, converse com seu ginecologista sobre essa peculiaridade de seu casamento, afim de que ele possa encaminhá-la para um geneticista capaz de fazer um aconselhamento genético adequado para o seu caso.
2. Não é possível fazer essa orientação apenas com a informação isolada do seu tipo sanguíneo. É importante conhecer sua história obstétrica prévia, outros exames seus e tipo sanguíneo do parceiro, por isso sugiro que procure seu médico ginecologista que é quem melhor conhece sua história.
3. Consulte sempre seu médico, ele será a pessoa adequada para orientá-la.

Boa sorte!
Atenciosamente,

Dra. Vívian Sant'Anna
Ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana assistida
CRM: 52.79756-1