Foi destaque no portal do jornal O Estado de S. Paulo um estudo britânico sobre a influência do estresse no sucesso dos tratamentos de reprodução assistida.
O estudo original chamado "Emotional distress in infertile women and failure of assisted reproductive technologies: meta-analysis of prospective psychosocial studies" foi publicado este ano e analisou diversos trabalhos sobre o mesmo tema, chegando a essa conclusão.
O resultado da pesquisa é bastante positivo por um certo lado, pois tira o "sentimento de culpa" da paciente por não conseguir ficar relaxada. É muito difícil desconectar-se da ansiedade gerada por qualquer tratamento médico, principalmente os de infertilidade, patologia que, além dos danos orgânicos, também tem repercussões sociais. Saber que a ansiedade não vai interferir no resultado do seu tratamento pode até ser um gatilho para diminuir o próprio nervosismo... Isso pode até não aumentar as chances de gravidez, mas, com certeza, vai contribuir para uma maior qualidade de vida.
No entanto, é muito importante entendermos os critérios de avaliação do estresse por questionários e acho difícil correlacionar questionários a resultados biológicos. Não foram avaliadas taxas de abortamento ou, melhor que isso, taxas de bebê em casa. A conclusão do estudo pode ser boa para a paciente ouvir, mas não deve fazer o médico se descuidar da tentativa de tornar o processo o mais tranquilo possível.
Aqui no Vida, apesar de nunca termos conduzido um estudo criterioso sobre esse aspecto específico, frequentemente comentamos o quanto o bom astral de alguns pacientes provavelmente foi um aspecto favorável para o sucesso do tratamento.
Dra. Maria Cecília de Almeida Cardoso
Embriologista e chefe do laboratório do Centro de Fertilidade Vida Rede D’Or
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