quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Mulheres com ovários policísticos têm mais risco de gerar filhos ansiosos



Médicos pesquisadores ao redor do mundo concluíram uma pesquisa com ratos que mostra que mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) apresentam mais chances de terem filhos excessivamente ansiosos. Os cientistas também descobriram que as meninas que têm mães com a síndrome estão expostas a um risco aumentado de desenvolver a mesma doença. Já os meninos tendem a sofrer mais com obesidade e resistência à insulina.

A pesquisa foi conduzida por instituições de vários países, como a Universidade de Gotemburgo, na Suécia; a Universidade do Chile; e a Universidade do Colorado, nos EUA. Os resultados foram publicados na edição de ontem da revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS).

A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma desordem caracterizada pela secreção excessiva de hormônios androgênios — como a testosterona feminina — e uma atividade anormal de produção de insulina, que afeta até 17% das mulheres no mundo. Como consequência do problema, elas têm mais risco de desenvolver sintomas de ansiedade e depressão.

Testosterona na gravidez

Estudos anteriores mostraram que mais de 60% das mulheres com SOP são, ao longo da vida, diagnosticadas com pelo menos uma desordem psiquiátrica, tal como depressão profunda ou transtorno alimentar. Tentativas de suicídio também são sete vezes mais comuns em mulheres com SOP do que naquelas sem a síndrome.

Durante a gravidez, essas mulheres apresentam índices ainda mais altos de testosterona. Além de esse excesso aumentar o risco de as próprias mães desenvolverem transtornos de humor, aumenta a chance de elas transmitirem isso para os filhos. Para chegar a essa conclusão, os cientistas deram a ratinhas doses elevadas de testosterona feminina na fase pré-natal e observaram que a prole nascia com mais tendência a transtornos.

Os mecanismos que levam ao desenvolvimento dessa síndrome ainda são mal compreendidos pelos cientistas. Apesar de existir a hipótese de uma base genética para a doença, os pesquisadores sugerem que a SOP se origina durante o desenvolvimento fetal.

Segundo eles, o excesso de androgênios no ambiente intrauterino de mulheres que têm a doença afeta as funções endócrina e reprodutiva dos fetos. Isto aumenta a possibilidade de a criança desenvolver a síndrome nos ovários, no caso das meninas. E faz também com que, independentemente da herança genética ou do gênero, o bebê seja mais ansioso e até depressivo.

Veja a matéria no site do jornal O Globo.

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