terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Principais causas de infertilidade feminina





Problemas ovulatórios e falência ovariana prematura
A disfunção ovulatória é a principal causa de infertilidade nas mulheres. Normalmente, ocorre por uma falha na produção hormonal, problemas no ciclo menstrual, ou nos próprios ovários. Ultimamente, os especialistas têm notado uma frequência cada vez maior de outro problema: a falência precoce da função dos ovários (em idade onde não é comum ocorrer a menopausa). Não se conhece a causa do distúrbio, mas acredita-se que esteja relacionado à grande quantidade de substâncias tóxicas que consumimos e com as quais entramos em contato diariamente (inclusive nicotina e álcool), ao stress e a algumas formas de doenças autoimunes (quando o organismo produz substâncias agressoras contra ele próprio). As mulheres com essa alteração ovariana menstruam normalmente e só vão descobrir que seus ovários estão falhando, quando fazem determinadas dosagens hormonais, ou quando passam pelo processo de estímulo da ovulação, com uso de medicamentos durante um tratamento para engravidar, e se deparam com uma resposta ovariana abaixo do esperado, ou até mesmo inexistente.

Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
Causada por um desequilíbrio na produção de hormônios, a SOP pode provocar alterações no ciclo menstrual (desde longos intervalos entre uma menstruação e outra a até ausência de menstruação) levando a uma disfunção na ovulação e, consequentemente, à dificuldade em se obter a gestação. Além disso, pode casuar o aparecimento de pelos em locais inconvenientes, aumento da oleosidade da pele, com surgimento de acne e acúmulo de gordura abdominal.

Endometriose
Doença complexa, cuja causa não se sabe ao certo até os dias de hoje. Ela se desenvolve no aparelho reprodutor feminino e atinge cerca de 15% das mulheres em idade fértil. Ocorre quando o endométrio, que é a camada interna do útero eliminada durante a menstruação, atinge outros órgãos do corpo. Ovários, trompas de Falópio e até mesmo intestino, bexiga, vagina e outros órgãos mais distantes podem ser comprometidos. Provoca dor pélvica crônica e fortes cólicas menstruais, além de dor durante o ato sexual. Causa aderência e inflamações na região pélvica, interferindo negativamente em todos os processos que envolvem a fertilização de forma espontânea.

Obstrução tubárea
As trompas são o caminho por onde passam os óvulos em direção ao útero. É ali que ocorre o encontro de óvulos e espermatozóides, após a relação sexual. É lá também que os embriões iniciam sua formação. Portanto, se alguma coisa entope esse pequeno tubo, fica impossibilitada a fertilização. Os laboratórios de fertilização in vitro têm, na verdade, a missão de substituir o papel das trompas. Na maioria dos casos, a obstrução é causada por inflamações no aparelho genital feminino, sendo a clamídia um dos microrganismos mais frequentemente envolvidos nesse processo.

Miomas
Os miomas podem afetar a função do útero, que recebe o embrião proveniente das trompas. Contudo, raramente são causa de infertilidade, somente quando crescem para dentro do útero ou quando estão posicionados em locais que comprimem a passagem dos embriões. Na maioria das vezes, são tratados cirurgicamente, hoje já com opções minimamente ou nada invasivas.

Idade avançada
Com a mudança de comportamento social feminino, entrada no mercado de trabalho e acúmulo de funções, é comum o adiamento da decisão pela gravidez. Porém, o ovário entra em franco processo de envelhecimento a partir dos 35 anos, diminuindo não só a quantidade de óvulos da sua reserva, como sua qualidade. Por esses motivos, a queda na fertilidade e na chance de engravidar é observada a partir dessa idade, sendo considerada uma das causas de infertilidade no mundo atual. Orientações e aconselhamentos devem ser feitos, para que os casais adquiram a consciência de que o pico da fertilidade feminina ocorre entre 20 e 30 anos.

Alterações da tireóide
Existem vários distúrbios da tireóide, mas os mais comuns são o hipotireoidismo (baixa ou nenhuma produção de hormônios) e o hipertireoidismo (produção exagerada de hormônios). O desequilíbrio hormonal causado pelas alterações pode se refletir no funcionamento dos ovários.

Aumento da prolactina
A alteração deste hormônio, responsável pelo estímulo das glândulas mamárias para a produção de leite, pode levar a alterações no ciclo menstrual e prejudicar o funcionamento dos ovários, interferindo produção de óvulos.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Conhecer as principais causas da infertilidade é o primeiro passo para realizar o sonho da gravidez




Cerca de dois em cada 10 casais em todo o mundo são inférteis. Mulheres e homens dividem igualmente a responsabilidade quando se trata de dificuldades para engravidar. Em 30% dos casos, as razões estão ligadas ao organismo feminino, em outros 30%, ao masculino e mais 30% resultam da combinação de fatores de ambos. Os 10% restantes não conseguem ao menos chegar a um diagnóstico que explique a falta de concepção.

Uma mulher jovem que mantenha relações sexuais durante seu período fértil tem, em média, 25% de chance de engravidar em um mês. Para os casais que desejam engravidar, porém, é normal a ansiedade pelo resultado positivo. Apenas se a parceira está acima dos 30 anos e após um ano de vida sexual ativa permanece sem engravidar, ou, tem mais de 40 anos e seis meses de tentativas sem sucesso, é hora de procurar ajuda médica.

No momento em que um casal começa a desconfiar que tenha esse tipo de dificuldade, o mais indicado é manter a tranquilidade e procurar entender melhor os prováveis motivos do problema. A boa notícia é que estudos recentes indicam que mesmo nos episódios em que a questão é médica, cerca de 95% dos homens e mulheres que recorrem a tratamentos conseguem ter filhos.

Para esclarecer as dúvidas iniciais, os especialista do Centro de Fertilidade da Rede D'Or, coordenados pela especialista em reprodução assistida Maria Cecília Erthal estão prepararam um breve manual com as principais causas de infertilidade em homens e mulheres. Nas próximas postagens, veja aqui os principais problemas que levam à infertilidade de homens e mulheres.

Doação de esperma

Mesmo sabendo que a discriminação por homossexuais nos bancos de sangue e sêmen já é coisa do passado (por há muito tempo já não existir relação concreta entre orientação sexual e doenças sexualmente transmissíveis), achei a matéria do portal Terra muito exata e esclarecedora em relação às dúvidas sobre a doação de sêmen. Vale a pena ler!

Maria Cecília Cardoso
Diretora científica do Centro de Fertilidade da Rede D'Or

Doação de esperma ainda enfrenta preconceitos no Brasil

Matéria do site Terra, por Claudio Pucci

A imprensa norte-americana noticiou recentemente o aparecimento de um mercado informal de esperma nos Estados Unidos, onde jovens altruístas ofereciam seu sêmem gratuitamente a mulheres que queiram eventualmente engravidar.

Lá fora, esse tipo de oferta aparece aos montes em sites famosos como Craiglist e em grupos no Yahoo, além obviamente em locais como the Free Fertility Clinic e Feelingbroody.com.

Os motivos que levam essas pessoas a oferecer sua semente são variados, e vão de ajudar a comunidade a escapar dos inúmeros exames que as clínicas de doação exigem para aprovação de um exemplar , e que pode acabar frustrando a quem quer fazer o bem.

E com certeza estamos falando de gente que quer ajudar mesmo mães solteiras, lésbicas e casais que não podem gerar filhos a realizar seu sonho, porque nos Estados Unidos as clínicas especializadas pagam até 50 dólares pela doação.

E essa indústria é tão forte que existe até um site onde você vê a foto do doador e se ele é parecido com alguma celebridade, ou seja, ideal para aquelas mulheres que sonham em gerar um George Clooney como filhote.

No Brasil a coisa muda totalmente de figura, uma vez que, pela legislação, nenhuma doação pode ser cobrada, seja de sêmen, sangue ou órgãos, para justamente evitar que pessoas arrisquem sua vida ganhando dinheiro com isso ou que escondam informações importantes de seu histórico médico com receio de serem recusados.

Assim, no caso de espermatozóides fortes o bastante para conseguir fecundar um óvulo, tudo depende da caridade de estranhos.

A médica Vera Feher montou há cerca de 19 anos o banco de esperma do Hospital Albert Einstein em São Paulo. Há dois anos, quando o hospital resolveu se concentrar somente em clinicar e abandonou o banco, ela fundou a Pro-Seed, um dos mais modernos centros de coletas de esperma do Brasil.

Segundo ela, hoje o número de novos doadores caiu bastante. Se antes ela conseguia de cinco a seis novos altruístas por mês, hoje esse número não passa de dois. "As pessoas tem muito receio de que um dia alguém vai encontrar uma criança parecida consigo e que tenha que assumir uma paternidade forçada, mas isso não pode acontecer porque as doações são 100% anônimas. As clínicas de fertilização assistida recebem a amostra com um número apenas. O doador nunca é identificado", afirmou a especialista.

Casais ou mulheres solteiras que queiram engravidar podem optar hoje por dois processos: o de inseminação artificial, que custa em torno de R$ 9.600 e o de fertilização in vitro (de R$ 12 a 13 mil).

Obviamente que o sêmen escolhido vai respeitar as características físicas e étnicas de quem o está adquirindo e o doador geralmente deverá ter os mesmos traços.

Outro ponto que afasta potenciais fornecedores de esperma é o rigor do processo, já que o homem deve fazer um espermograma e exame de sangue antes da doação em si (a clínica se encarrega disso e não há custo ao doador).

Entre as primeiras entrevistas, esses exames e a doação, pode-se levar cerca de seis meses. O que acontece é que existe um grande e necessário rigor para escolha de um bom doador.

Certas doenças na família como diabetes e câncer, entre outras, são motivos para descartar um homem, assim como enfermidades hereditárias. Além disso, somente 20% dos espermas doados são aceitos no final. "Um homem tem em média 30 milhões de espermatozóides por mililitro e cerca de 50% deles tem mobilidade progressiva, ou seja, nadam. Um esperma ideal para doação deve ter 80 milhões de espermatozóides por mililitro com a mesma porcentagem de nadadores", explicou Vera.

Isso não deveria, porém afastar quem quer ajudar pessoas a realizar o sonho da maternidade ou paternidade. No Brasil, aliás, os doadores constantes são justamente aqueles que já doam seu sangue e que já se dispuseram a entregar seus órgãos no post-mortem, no geral homens mais maduros e que tem ciência da finalidade de um banco de esperma.

Completando esse público existem também aqueles homens que, por conhecerem alguém na família ou no círculo de amizade que tem problemas de fertilidade, acabam se motivando para ir a uma clínica como a Pro-Seed.

Homens entre 18 e 45 anos, heterossexuais (o processo segue as mesmas regras da doação de sangue, ou seja, homossexuais estão descartados) podem fazer os exames gratuitamente nas clínicas de doação.

A coleta é feita com o indivíduo sozinho em uma sala própria através de masturbação (não existe nenhum outro método, especialmente um chinês que circulou pela internet), ou seja, é fácil e não causa efeitos colaterais, especialmente o aparecimento de uma criança na sua porta anos depois gritando "papai" (lembramos mais uma vez que o doador nunca é identificado).

Assim, através desta prazerosa boa ação, você poderá ajudar muita gente. E, finalmente, lembre-se das palavras do sensacional grupo inglês de comédia, Monty Python no filme O Sentido da Vida: todo esperma é sagrado, todo esperma é ótimo.

Especial para Terra

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Manual da infertilidade é matéria jornal do Bom Dia Brasil

Dra. Maria Cecília Erthal falou ao jornal Bom Dia Brasil desta quarta-feira, 18 de novembro, a respeito das principais causas da infertilidade.



Especialistas em infertilidade preparam manual para casais

A constatação mais recente é que o excesso de trabalho e o estresse podem provocar envelhecimento precoce dos ovários.

Para ajudar os casais nesse momento difícil, especialistas do Rio de Janeiro preparam manual com orientações para homens e mulheres que querem ter filhos.

Menino ou menina? É a cara do pai ou é igualzinho à mãe? Uma alegria que para muitos casais pode parecer distante, às vezes, quase impossível. Dois em cada dez casais não conseguem ter filhos – 30% por problemas físicos da mulher, 30%, do homem e outros 30% dos casos por questões femininas e masculinas. Somente 10% não podem ser diagnosticados.

As causas mais frequentes da infertilidade feminina são: problemas nos ovários, endometriose e miomas. Já entre os homens são as infecções, os hábitos de vida e os traumas.

Hoje a ciência já sabe que outros fatores podem aumentar ainda mais as dificuldades para as mulheres engravidarem, como por exemplo, o uso do álcool, do tabaco e dos anabolizantes, a poluição ambiental. A constatação mais recente é que o excesso de trabalho e o estresse podem provocar o envelhecimento precoce dos ovários.

A médica Maria Cecília Erthal lidera um grupo de especialistas em reprodução humana que está preparando o manual da infertilidade. Ela não tem dúvida: a sobrecarga de responsabilidades da mulher precisa ser repensada pelo casal que quer ter filhos.

“O número de horas trabalhadas está excessivo, tem que diminuir. O tipo de trabalho causa estresse, tem que mudar, repensar se esse é o lugar onde você deveria estar. A mulher tem que decidir, optar em doar parte da vida para a família e parte para a vida profissional”, aponta a médica Maria Cecília Erthal.

Genildo Dias dos Santos e Hedlane Lima dos Santos procuraram ajuda médica. A primeira razão de ela não ter ficado grávida já foi descoberta: uma endometriose, mas, o tratamento inclui também uma mudança de vida.

“A médica disse que eu tinha que tomar jeito: fazer o tratamento, regularizar os horários para que tudo dê certo”, lembra a empresária Hedlane Lima dos Santos.

“No começo, colocamos a empresa em primeiro lugar. Agora, a vida pessoa é prioridade”, compara o empresário Genildo Dias dos Santos.

Para que Pedro chegasse, a mãe precisou de tratamento, já Eduarda veio naturalmente. A comerciante Fabiana Schamis Barbosa acha que a cobrança pela maternidade é enorme e que pode até acabar com um casamento: “Os dois têm que querer muito um filho e, juntos, lutar por esse sonho. Se só um estiver nesse lado da estrada, desanda. Mas compensa. Cada sofrimento que pode ter tido compensa”.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Ética em reprodução humana assistida


Os limites necessários para quem lida com o surgimento da vida dentro de um laboratório

Os recentes episódios vexaminosos na área de reprodução humana assistida levaram a conhecimento público uma série de irregularidades na prática dessa especialidade da medicina, que vem evoluindo consideravelmente nos últimos anos. Comenta-se que a falta de uma legislação específica é o que permite que certos desvios ocorram. No entanto, os médicos que lidam com tratamentos de fertilidade, assim como os demais, são regulamentados pelo Conselho Federal de Medicina - CFM, além frequentarem congressos nacionais e internacionais, em que temas relacionados à ética da profissão são exaustivamente abordados. O profissional que não impõe limites a si mesmo por se sentir protegido pela falta de leis está fechando os olhos para o bom senso e as normas que norteiam a sociedade à qual pertence.

A verdade é que, na prática, não existe como controlar tudo o que acontece dentro de um laboratório de reprodução assistida. Que garantias o casal tem de que seus óvulos estão sendo inseminados com os espermatozóides certos? É possível ter certeza de que existe um bom controle de contaminações entre as placas de cultivo? Como saber se aquele embrião é o certo para o teste genético que foi realizado depois da biópsia? Qual nível de controle real se pode ter sobre o tratamento? A resposta é: o mesmo que temos quando somos submetidos a uma cirurgia e nos encontramos inconscientes depois de uma anestesia geral; a garantia da confiança depositada no profissional que escolhemos.

Portanto, é preciso divulgar a importância de saber o que e como buscar quando se procura por um profissional confiável. Ele precisa não só reunir habilidade técnica e conhecimento vasto, como também ter um comportamento ético reconhecido pela comunidade e pelos pacientes atendidos. O serviço escolhido deve ser avaliado segundo vários critérios objetivos: sistemas de auditoria, resultados dos tratamentos, tempo de experiência dos profissionais, qualidade da equipe multidisciplinar, cultura médica, postura da equipe, referência de outros profissionais e relação médico-paciente.

Já por parte dos profissionais da reprodução assistida, o caminho para reforçar a credibilidade no trabalho realizado passa obrigatoriamente pela educação e pela informação de qualidade para o público. Munir aqueles que nos procuram de todos os subsídios técnicos a respeito dos procedimentos, em linguagem acessível e ajustar expectativas quanto aos resultados é obrigação do especialista. Quanto mais bem informados forem os pacientes, menores os riscos de serem lesados por profissionais antiéticos.

É preciso deixar claro também que não existem milagres nos tratamentos de fertilidade. Obviamente, quanto mais bem preparado e equipado for o laboratório, maiores serão as chances de bons resultados. Porém, há limites para as chances de gravidez. Quando são apresentados resultados espetacularmente maiores que a média mundial, uma certa dose de desconfiança é justificada. Bons resultados à custa de manipulação genética sempre foram muito questionados no meio e frutos de incontáveis erros e pouquíssimos acertos. Rejuvenescimento celular ainda é um grande sonho científico, mas por enquanto muito distante da prática do dia-a-dia.

Por fim, é no laboratório, coração do serviço de reprodução assistida e onde se inicia a mágica do surgimento da vida, que os padrões éticos devem ser mais rígidos. Nesse ambiente, o especialista em reprodução assistida e o embriologista precisam trabalhar em fina sintonia e a postura de ambos é que determina a seriedade do serviço. Apesar das atitudes tomadas não envolverem diretamente risco de morte para o paciente, como em uma cirurgia, exigem extremo controle. Afinal, estamos, sim, lidando diretamente com vidas: vidas futuras. Por isso, é o paradoxo de manusear células microscópicas e, ao mesmo tempo, estar semeando futuras vidas que precisa ser bem administrado na consciência de cada profissional, para que limites fundamentais jamais sejam ultrapassados.

Dra. Maria Cecília Erthal
Ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana assistida
Dra. Maria Cecília Cardoso
Embriologista especializada em reprodução humana assistida

Como escolher um bom médico?

O programa Mais Você, da TV Globo, elaborou uma reportagem muito interessante sobre como ter mais segurança na hora de escolher um médico de confiança. Vela a pena conferir.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Cientistas anunciam criação de células germinativas em laboratório


Foi notícia em vários veículos - leia aqui - o anúncio de que cientistas da Universidade de Stanford, na Califórnia, teriam conseguido criar em laboratório células (germinativas) que podem dar origem a óvulos e espermatozóides a partir de células-tronco embrionárias.

A reprodução humana vem sendo bastante beneficiada pelas descobertas dos geneticistas e enchem os profissionais dessa área de esperanças em relação ao futuro. Atualmente, esse tipo de descoberta ainda fica bastante restrita às bancadas de laboratório, mas, em pouco tempo, já é possível imaginar a possibilidade de trazer esses avanços para a prática clínica cotidiana. A produção de gametas, a partir de células-tronco, será muito útil nos casos das falências ovarianas, nas quais, hoje em dia, as mulheres só podem engravidar com óvulo de doadoras, e também nos casos de ausência de espermatozóides (as chamadas azoospermias).

Apesar de, na nossa experiência, não encontrarmos arrependimento ou desilusões quando os pacientes decidem recorrer a bancos de gametas (óvulos ou espermatozóides), muitos ainda encontram resistência a esse tipo de tratamento. O "sangue do meu sangue" é um sentimento muito forte que carregamos. Por outro lado, penso que se nos educássemos para nos desprendermos dessa questão genética, evoluiríamos muito como seres humanos.

Por
Dra. Maria Cecília Cardoso
Embriologista do Centro de Fertilidade da Rede D’Or