quarta-feira, 2 de abril de 2014

Gestações múltiplas e tratamentos para engravidar


No passado, as chances de uma gravidez múltiplas após a fertilização in vitro eram altas. Isto porque os especialistas não tinham certeza de quantos embriões iriam sobreviver e, por isso, implantavam muitos. Era frequente o nascimento de gêmeos, trigêmeos e até quadrigêmeos.

Atualmente, com a evolução do procedimento, a chance de uma gravidez múltipla diminuiu. “Hoje em dia transferimos poucos embriões e com isso apenas 15% das gestações são de dois bebês”, explica o ginecologista obstetra Paulo Gallo, diretor médico do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or do Rio de Janeiro e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

As gestações de múltiplos são muito mais arriscadas do que as outras e por isso é importante preveni-las. “Na gravidez de gêmeos ou trigêmeos o risco de prematuridade é maior, a gestação por si só é mais complicada, as chances de pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, entre outros problemas são maiores. A mulher foi feita para ter um bebê de cada vez”, conclui Gallo.

Foto: Getty Images

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quarta-feira, 26 de março de 2014

Grã-Bretanha planeja primeira fertilização com duas mães


A Grã-Bretanha publicou na quinta-feira uma proposta de regulamento para que o país se torne o primeiro a permitir tratamentos de fertilização em que os bebês resultantes tenham um pai e "duas mães", evitando assim a transmissão de doenças incuráveis.

Médicos elogiaram a decisão, mas críticos temem que a prática leve ao nascimento de eugênicos "bebês de prancheta". Segundo o governo, a medida será submetida a escrutínio público e aprovação do Parlamento. 

A técnica é conhecida como fertilização "in vitro" (FIV) com três genitores, porque a prole tem os genes da mãe, do pai e de uma doadora.

Paralelamente aos planos britânicos, consultores médicos dos EUA iniciaram nesta semana uma série de audiências públicas para avaliar as justificativas científicas para a realização de testes do procedimento em humanos.

O tratamento, atualmente apenas em estágio de pesquisa em laboratórios da Grã-Bretanha e Estados Unidos, representaria a primeira vez em que embriões geneticamente modificados seriam implantados em mulheres.

O processo envolve uma intervenção no processo de fertilização para remover o DNA mitocondrial danificado, capaz de causar doenças hereditárias como problemas cardíacos fatais, insuficiência hepática, distúrbios cerebrais, cegueira e distrofia muscular.

As doenças mitocondriais -que são incuráveis e transmitidas pela linhagem materna- afetam cerca de uma em cada 6.500 crianças no mundo todo. A mitocôndria funciona como pequenas "baterias" geradoras de energia dentro das células.

Os cientistas estão pesquisando várias técnicas de FIV com três genitores. Uma delas, sendo desenvolvida na Universidade de Newcastle, é conhecida como transferência pró-nuclear, e consiste na troca de DNA entre dois óvulos humanos fertilizados.

Outra, chamada de transferência do fuso materno, intercambia material entre o óvulo da mãe e o óvulo da doadora antes da fertilização.

Uma comissão de ética médica da Grã-Bretanha que avaliou possíveis novos tratamentos em 2012 concluiu que eles são éticos e devem ser levados à frente enquanto as pesquisas indicarem que eles serão seguros e eficazes.

Como a Grã-Bretanha está na vanguarda dessa pesquisa, as preocupações éticas, decisões políticas e avanços científicos são atentamente observados no mundo todo, especialmente nos EUA.

A consulta pública britânica sobre a proposta de regulamentação vai até 21 de maio.

Foto: Getty Images

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terça-feira, 18 de março de 2014

A Nutrição aliada ao preparo da mulher que pretende engravidar



A Nutrição aliada ao preparo da mulher que pretende engravidar. Uma dieta rica em vitaminas e minerais e com alimentos de baixo índice glicêmico, sem gordura trans e pouco sódio. 


Por Luciane Peixoto - Nutricionista


 Nem sempre engravidar é uma tarefa fácil. Por vários motivos casais aparentemente saudáveis se deparam com a dificuldade de realizar o sonho de ter um bebê. É quando se torna necessário pensar em tratamentos específicos ou até mesmo rever os próprios hábitos. Um dos fatores que interferem negativamente na chance da mulher engravidar é o sobrepeso e obesidade. É nesse momento que a Nutrição adequada é mais importante para futura mamãe. Mulheres com desequilíbrios ovulatórios são as que mais se beneficiam da dieta. Esse assunto é tema central de um estudo realizado pelos pesquisadores Jorge Chavarro e Walter C. Willett da Universidade de Harvard (EUA), e que resultou no livro The Fertility Diet (Dieta da Fertilidade, Editora Campus-Elsevier). Os cientistas concluíram em sua pesquisa que a insulina e a enzima globulina influenciam na ovulação feminina e a ação dessas duas substâncias é resultado direto dos alimentos que são consumidos.

A globulina é uma proteína que se liga aos hormônios sexuais (SHBG) e é regulada pela insulina. O aumento brusco da insulina influencia diretamente os níveis de globulina, segundo o livro "Dieta da Fertilidade" dos pesquisadores de Harvard.

Especialistas indicam a dieta de baixo carboidrato, principalmente para quem tem algum desequilíbrio ovulatório, como a síndrome do ovário policístico. Mulheres acima do peso ou com peso abaixo do considerado saudável também se beneficiam, pois apesar de focar nas disfunções do ovário, essa é uma dieta equilibrada.

Apesar de ser uma dieta indicada para mulheres que carregam o desejo de engravidar, pode também ser usada por outras pessoas que simplesmente buscam qualidade de vida. Algumas orientações básicas são: comer com moderação, evitando gorduras ruins (trans) e alimentos industrializados, ricos em sódio. Não comer sem ter apetite, evitar doces e tentar incluir vegetais que garantirão muitas vitaminas, além de aumentar o consumo de água.

Dicas nutricionais: 

Usar alimentos de baixo índice glicêmico: Já é sabido que a insulina em excesso no organismo é fator para diminuição da fertilidade. Com isso torna-se importante a redução do consumo de alimentos ricos em glicose, que é o principal estímulo para liberação de insulina na corrente sanguínea. Alimentos produzidos com farinha de trigo branca (pães, bolos, biscoitos e massas) devem ser excluídos da alimentação. Podendo fazer trocas por alimentos integrais e de preferência não industrializados.

Excluir da dieta a gordura trans:, facilmente encontrada em biscoitos (mesmo os que parecem não conter gordura), pães “fofinhos”, bolos prontos, salgadinhos, entre outros.

Diminuir qualquer tipo de alimento industrializado. Esses alimentos são ricos em sódio e conservantes que intoxicam o organismo.

Reduzir o sal da dieta. É ideal para manter os níveis pressóricos estáveis e diminuir o edema e retenção hídrica.

Incluir: Carnes (carne de boi, frango, porco, vísceras, peixes e ovos), desde que estas sejam de boa procedência e em cortes magros.

Aumentar o consumo de vegetais folhosos, legumes e frutas. Quando possível optar por orgânicos, pois são livres de agrotóxicos.

Ingerir boa quantidade de água.

Alguns nutrientes que irão ajudar o processo de preparação da futura mamãe: 

Vitamina A: ajuda na produção de hormônios femininos. Alimentos fonte de vitamina A são: óleo de fígado de bacalhau, fígado, ovos, agrião, couve, espinafre, ervilhas, batata-doce, couve-flor, cenoura, mamão, manga.

Vitamina D: ajuda o corpo na ovulação, garantindo o equilíbrio hormonal. Alimentos fonte de vitamina D: sardinha, atum, iogurte, ovos, fígado, manteiga. Mas a principal fonte do nutriente é a luz solar, bastam 15 minutos diários de exposição para conseguir sintetizar a vitamina.

Vitaminas do complexo B (B6, B9, B12): as vitaminas B6, B9, mais conhecida como ácido fólico e B12 também ajudam na fertilidade e na formação de um feto saudável. A vitamina B6 ajuda a regular a glicose no sangue, evitando picos de insulina. A B9 (ácido fólico) diminui problemas na formação do tubo neural do bebê. Já a B12 melhora a camada do útero que vai receber o embrião e regula o ciclo menstrual. Alimentos fonte de vitamina B6: Batata, banana, peito de frango, salmão, atum, abacate. Alimentos fonte de vitamina B9 (ácido fólico): vegetais verde-escuros, fígado, lentilha, feijão, laranja, amêndoas, espinafre. Alimentos fonte de vitamina B12: carnes, peixes, ovos, leite e queijos.

Vitamina C: Outra vitamina que não pode faltar no cardápio e que dá uma ajudinha extra para a "cegonha" é a vitamina C. Ela é essencial para manter a imunidade em dia, diminuindo o risco de doenças, devido ao seu poder antioxidante, além de ajudar na absorção do ferro contido nos alimentos. Alimentos fonte de vitamina C: laranja, limão, abacaxi, mamão, goiaba, morango, acerola, carambola, caju, tangerina e pimentão.

Vitamina E: a vitamina E atua melhorando a qualidade do endométrio e do útero, aumentando a vascularização da região. Alguns estudos com cobaias mostram que uma das maiores causas da infertilidade comprovadas é a falta de vitamina E, que protege o DNA. Alimentos fonte de vitamina E: Alface, agrião, espinafre e couve, óleos vegetais e gérmen de trigo.

Zinco e selênio: segundo pesquisadores, o ciclo hormonal também depende de a mulher ter uma quantidade adequada de hormônios sexuais tanto produzidas pelos ovários, pelas glândulas suprarrenais como pelo tecido periférico (gordura). Os minerais zinco e selênio ajudam a regular a produção hormonal, deixando os hormônios nas quantidades ideais para melhora da fertilidade. Alimentos fonte de zinco: ostras, nozes, castanhas, carne bovina, farelo de aveia. Alimentos fonte de selênio: gérmen de trigo, atum, salmão, alho, castanha-do-pará, ovos, arroz integral.

Ferro: a deficiência desse mineral está relacionada ao mau desenvolvimento do feto, mas também pode prejudicar na própria fertilidade de quem anseia por um filho. Quando o ferro está em níveis baixos no organismo da mulher, ela pode não ovular. Além disso, sua ausência pode causar anemia, que diminui o oxigênio no organismo, deixando-o insuficiente para completar suas funções vitais. Alimentos fonte de ferro: carne vermelha, fígado, aves e peixes, vegetais verdes-escuros e leguminosas. Observando que os alimentos de origem vegetal dependem de vitamina C para serem aproveitados como fonte de ferro pelo organismo.

Ômega 3 e 9: possuem poderes antioxidantes e trazem grandes benefícios ao coração. É gordura de excelente qualidade para incluir na dieta pré-gestacional. Alimentos fonte de ômega 3: óleo de linhaça, farinha de linhaça e peixes gordos (salmão, arenque, sardinha). Alimento fonte de ômega 9: azeites virgens e extra virgens (preferencialmente os que têm acidez inferior a 0,5% e extraídos à frio).

É importante ressaltar que mulheres muito abaixo do peso considerado saudável podem ter quantidade insuficiente de hormônio, isso pode fazer com que ela não consiga ovular pelo desequilíbrio hormonal causado pela "subnutrição" ou uma irregularidade menstrual, que acontece comumente em casos de anorexia.

É importante deixar claro que os problemas de fertilidade devem ser investigados por médicos especialistas.

terça-feira, 11 de março de 2014

Participação da Drª Maria Cecília Erthal no programa Sem Censura

Participação da nossa diretora-médica, a Drª Maria Cecília Erthal, no programa Sem Censura, da TV Brasil, no dia 10 de março de 2014. Na ocasião, a médica falou sobre os problemas que uma gravidez entre primos pode gerar na criança. Confira as fotos dos bastidores do programa!


A Drª Maria Cecília Erthal com os convidados do programa Sem Censura




A Drª Maria Cecília Erthal com a atriz Zezé Polessa




A Drª Maria Cecília Erthal e a apresentadora Leda Nagle


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Infertilidade do casal: principais causas



É considerado que o casal tem dificuldades para engravidar após mais de um ano de tentativas sem método contraceptivo e fazendo sexo pelo menos duas vezes por semana. Quando a mulher tem mais de 35 anos, o tempo de espera reduz para seis meses.

A dificuldade para engravidar é sempre considerada do casal e não só do homem ou da mulher. “Afinal, 40% das vezes encontramos problemas só na mulher, 30% apenas no homem e 30% das vezes encontramos alterações no homem e na mulher”, explica o ginecologista obstetra Paulo Gallo, diretor médico do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or do Rio de Janeiro e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Confira quais são os principais problemas de saúde dos homens e das mulheres que fazem com que o casal tenha maior dificuldade para conceber.

Problemas que acometem as mulheres 

Fator ovulatório e hormonal 

O que é: tratam-se de problemas de saúde nos quais a mulher não ovula adequadamente. Entre eles encontra-se a síndrome dos ovários policísticos. “É uma disfunção ovulatória em que esse ovário não ovula regularmente e por isso fica cheio de cistos”, explica Gallo. Alguns dos sintomas deste problema são a menstruação irregular, tendência a espinhas e a ter mais pelos.

Fator tubário

O que é: O problema ocorre quando há algo interrompendo as trompas, como quando elas estão obstruídas ou danificadas. Diante deste problema, o espermatozoide não consegue chegar até o óvulo.

Fator uterino 

O que é: Consiste em problemas no útero, como má formações e pólipos, que podem levar a dificuldades para engravidar.

Endometriose 

O que é: O problema ocorre quando o tecido que reveste a parede interna do útero cresce também fora do órgão. “A endometriose está presente em 10 a 20% das mulheres. A dificuldade pode vir da obstrução tubária, nas trompas, e da endometriose provocar a produção de substancias que vão dificultar a implantação do embrião ou levar a morte dos espermatozoides, entre outras complicações”, conta Gallo.

Fatores que acometem os homens 

A principal causa da infertilidade masculina são problemas na produção de espermatozoide. “O homem pode não produzir espermatozoides em número ou qualidade suficiente. Para que a fecundação ocorra é preciso que milhões deles estimulem a membrana do óvulo para que um consiga entrar”, explica Gallo.

As razões para que o homem não produza espermatozoides corretamente podem ser congênitas, ele já nasce com a complicação, genético, e até infecciosos, como no caso de uma infecção em decorrência da caxumba.

Tratamentos

A grande maioria dos problemas para engravidar mencionados possuem tratamento atualmente. “Nos casos mais difíceis, temos até a opção da doação de óvulos ou esperma”, diz Gallo.

Confira a matéria no site Bebê e Mamãe

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

'Trigêmeos' nascem com cinco anos de diferença na Inglaterra



Nicola Brightey costuma deixar as pessoas espantadas quando diz que seus filhos são trigêmeos. Isso porque a mais nova nasceu com cinco anos de diferença em relação aos meninos, mas todos foram concebidos no mesmo dia. Isso só foi possível porque a mulher congelou seus embriões durante um tratamento para engravidar.

Para os médicos, porém, as crianças não são consideradas gêmeas: "Os embriões foram implantados em épocas diferentes, não importa que tenham sido fertilizados juntos. A definição de gêmeos é 'quando há a presença de mais de um feto simultaneamente no útero'. Eram três embriões diferentes. Apesar de parecidos, eles não são univitelinos", conta o ginecologista Rogério Leão, membro da equipe de reprodução humana do IPGO, em São Paulo.

Tentativas 

Nicola e Kevin Brightey tentaram ter filhos por 15 anos. Eles fizeram, então, um tratamento de fertilização in vitro que custou cerca de 20 mil libras esterlinas (R$ 80 mil).

"James e Daniel não podiam esperar para conhecer sua irmã e, agora, são sempre tão protetores com ela. Nós esperamos tanto tempo para ter os nossos filhos - mas agora a nossa família está finalmente completa depois de todo esse tempo", conta a mãe.

O casal, que vive em Wisbech, Cambridgeshire, na Inglaterra, começou a tentar ter filhos após o casamento, em 1998. Quatro anos após tentativas que não deram certo, testes mostraram que as trompas de Nicola estavam bloqueadas. "Eu tive peritonite (inflamação do peritônio, a membrana serosa que reveste parte da cavidade abdominal e vísceras) aos 15 anos e os médicos me disseram que ele tinha causado extensa cicatriz nas minhas trompas de falópio", conta Nicola, hoje com 35 anos.

A primeira tentativa de tratamento por fertilização foi realizada em outubro de 2007, mas falhou e deixou o casal muito arrasado.

Porém, em janeiro de 2008, foi iniciado um segundo tratamento e desta vez Nicola conseguiu produzir 14 óvulos. Oito foram fertilizados e dois foram colocados de volta em seu ventre. Os seis restantes foram armazenados no congelador. Duas semanas depois, a gravidez foi confirmada.

Os gêmeos James e Daniel nasceram em novembro de 2008. "Foi muito emocionante quando eles nasceram e eu os segurei em meus braços, foi o momento mais incrível. Depois de todos esses anos, finalmente éramos pais", conta Nicola.

Foi então que o casal decidiu que faria mais um tratamento de fertilização in vitro e tentaria dar outro irmão para os gêmeos no futuro. Assim, em fevereiro do ano passado, o casal começou um terceiro tratamento. Um embrião foi retirado do congelador e descongelado, mas não sobreviveu ao processo.

O segundo embrião foi colocado com sucesso de volta ao útero, Nicola explicou que não tentaram com dois embriões porque já era mãe de gêmeos. Uma menina, então, nasceu em novembro. "Elizabeth parecia idêntica aos meninos quando eles nasceram. Todos pareciam três ervilhas em uma vagem", diz ela brincando. E acrescenta: "E as pessoas não podem acreditar quando eu digo que eles são trigêmeos". 

Apesar de o tratamento ser caro, em torno de R$ 80 mil, Nicola não tem do que reclamar. "Durante anos eu nunca pensei que voltaria a ser mãe; tem sido uma longa batalha para termos nossos trigêmeos. Levou 15 anos e cerca de 20 mil libras, mas valeu a pena cada centavo. Eu me sinto como a mãe mais sortuda do mundo".

Confira a matéria no portal UOL

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Transplante de útero: oportunidade arriscada



Tudo pelo sonho de engravidar. Inférteis por falta de útero, mulheres encontraram uma luz no fim do túnel para tornar realidade o sonho de ter um filho. Logo no início deste ano, médicos suecos já estão colocando em prática o tão desejado transplante de útero.

Esse procedimento é considerado experimental e envolve diversos riscos.

Ainda assim, a equipe médica do ginecologista Mats Brännström se propôs a realizar nove transplantes na Suécia.

De acordo com a Dra. Maria Cecília Erthal, diretora-médica do Vida - Centro de Fertilidade da Rede D'Or, o único risco referente à doadora é o mesmo de qualquer procedimento cirúrgico-anestésico. No entanto, a receptora é quem merece maior atenção.

"Ela corre risco durante a possível gravidez com o surgimento de uma doença hipertensiva devido à má conclusão do processo de migração da placenta através da parede uterina. Pode ocasionar baixo peso do feto, além de maiores chances de prematuridade e suas consequências", afirma.

A especialista ainda comenta sobre o risco de rejeição do transplante, que leva à paciente a tomar medicamentos imunossupressores, podendo causar diversos efeitos colaterais.

Depois de passar pelo suspense do procedimento, as mulheres ainda correm o infeliz risco de não suportar a gestação ou gerar bebês que não sejam saudáveis.

Em 12 de abril de 2011, Derya Sert se tornou a primeira mulher a receber o transplante de uma falecida. No entanto, sua gravidez foi interrompida. Isso porque, de acordo com o hospital turco Akdeniz "após oito semanas de gestação, a ecografia não mostrava os batimentos cardíacos do embrião".

Uma tentativa de transplante a partir de uma doadora viva, realizada em 2000 na Arábia Saudita, resultou em fracasso passado três meses. Como o próprio especialista Brännström disse à AP: "Este é um novo tipo de cirurgia. Não temos nenhum livro para ler".

Por que na Suécia? 

A resposta, dada pela diretora-médica do Vida, é simples: "Na Suécia é proibida a prática do útero de substituição, ou seja, gerar a criança no útero de outra mulher, a famosa barriga de aluguel, em casos de pacientes sem útero. Provavelmente por isso estão investindo tanto na pesquisa".

Nessa cirurgia, o útero não será conectado às trompas de Falópio. Sendo assim, a saída que a equipe do médico encontrou para gerar uma gravidez foi tirar os óvulos das receptoras para uma futura fertilização in vitro - implantar o embrião dentro do novo útero.

Para aumentar as chances de compatibilidade, como a Dra. Maria explica, os órgãos doados devem ser de parentes próximos à receptora.

O projeto está começando a ser colocado em prática agora e não tem nada que garanta um resultado positivo. A esperança do médico Brannstrom é que a nova técnica ajude outras mulheres a engravidarem. Ainda sem valor estipulado, a nova técnica terá um relatório científico em breve.

Confira a matéria no site Vila Mulher