quinta-feira, 1 de março de 2012

Bebê em São Paulo nasce para salvar a vida da irmã



A medicina comemorou no início do mês o nascimento de Maria Clara Reginato Cunha, primeiro bebê geneticamente selecionado no Brasil, que veio ao mundo por um motivo nobre: salvar a vida da irmã Maria Vitória, de 5 anos, que sofre de talassemia major, uma doença genética rara, capaz de levar à morte. Os pais, então, se submeteram a um tratamento de fertilização in vitro, a fim de selecionar, em laboratório, embriões que fossem livres do gene causador da doença.

Com a ajuda da ciência – e um pouco de sorte também -, o casal conseguiu gerar dez embriões, dos quais um era 100% compatível com a irmã e livre do gene da talassemia major. Ele foi transferido para a mãe, que engravidou. No momento do nascimento, uma equipe médica recolheu células-tronco do cordão umbilical, que serão usadas no transplante de medula da irmã, ainda este ano.

O caso brasileiro lembra um outro anterior, ocorrido nos Estados Unidos, em que o jogador da NBA Carlos Boozer, que tinha um filho com anemia falciforme, também lutou para conseguir tratá-lo por meio de transplante de medula. Como a família não conseguia um doador compatível, resolvera utilizar a técnica de CGH (a mesma adotada pelos pais de Maria Clara) para buscar um filho que pudesse ajudar o irmão. Tiveram gêmeos, e com o sangue do cordão umbilical conseguiram células-tronco para fazer o transplante do filho mais velho. Por fim, Carlos, como forma de agradecimento, doou uma soma considerável para as pesquisas genéticas por CGH em anemia falciforme na África.

Vale a pena conferir em detalhe as matérias do jornal Estado de São Paulo e do Jornal Nacional,  que tratam do tema e ajudam a entender melhor como a ciência tem auxiliado enormemente famílias que desejam ter filhos ou ajudar seus filhos a ter uma vida mais longa ou com mais saúde.

Dr. Cássio Sartorio
Especialista em reprodução assistida do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or

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